sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

ENTREVISTA COM UM MESTRE

ALBERTO DINES BATE UM PAPO COM REPÓRTER DO ESTADÃO SOBRE  O NOVO CURSO QUE MINISTRARÁ NA ESPM E SUAS EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NO JORNALISMO 
 

Por Sergio Pompeu 
Do Estadão.com.br

Estamos fazendo uma matéria sobre o novo curso de Jornalismo da ESPM. Você vai cuidar da disciplina História do Jornalismo. Do que pretende tratar nas aulas?

Dines - Foi o nosso “reitor” Eugênio Bucci que escolheu essa disciplina. São poucas horas, 15 horas, que não é muita coisa. Eu preferi não fazer uma coisa cronológica, porque o tempo é insuficiente. Mas escolhi alguns tópicos que sirvam para contar algo do passado e tenham algum valor prospectivo. Quero falar sobre algumas transformações tecnológicas, o que é importante para tentar explicar às pessoas assustadas com o futuro do jornalismo que esse tipo de questionamento já ocorreu no passado. Surgiram outras inovações tecnológicas que pareciam catastróficas e acabaram sendo absorvidas. Vou usar isso e coisas muito específicas da nossa historiografia, inclusive historiografia política. Por que o Brasil demorou 300 anos para ter uma imprensa, aliás, 308 anos? Outros países tiveram tipografia e jornais muito antes do Brasil. Mesmo na América Latina, que também teve Inquisição e tudo.


E qual a causa do nosso delay?

Dines - Justamente pelo caráter – já escrevi sobre isso – diferente da Inquisição espanhola e da portuguesa. A Inquisição portuguesa foi muito centralizadora, a espanhola foi mais descentralizada. Tanto que você teve inquisições do México, em Lima, Cartagena da Colômbia. Essas autoridades inquisitoriais perceberam que tinham que autorizar algumas coisas, inclusive livros religiosos. E aí você tem uma tipografia funcionando, já fica mais fácil você ter um jornal funcionando. Então, digamos, essa é a diferença fundamental, por que o Brasil chegou tão tarde.

Aí você mistura isso com escravidão e analfabetismo e se tem esse mercado leitor nosso, que é relativamente pequeno, até um pouco frustrante de se trabalhar. 

Aí evidentemente que tenho que me deter um pouquinho mais na figura que eu acho que é o nosso patrono, que não pode ser esquecido, um modelo de grande jornalista, mesmo hoje, Hipólito da Costa. Ele foi nosso primeiro jornalista livre, um crítico de imprensa, um historiador de imprensa. Foi um cara preocupadíssimo com o desenvolvimento brasileiro, tem cartas dele propondo que o Brasil produzisse ginseng, porque tinha um preço fantástico no mercado mundial e o Brasil tinha condições de produzir. Veja a cabeça dele, isso no início do século 19. Foi coisa pessoal dele. Ele fez uma viagem aos Estados Unidos, o que abriu muito a cabeça dele. Ele se interessava por tudo, o que, aliás, era típico da época. Tinha uma cabeça aberta. Era jornalista, mas também se interessava por ciência, por isso, aquilo. Mas era antes de tudo um jornalista, antes de tudo um crítico da imprensa. Tive o privilégio de reeditá-lo aqui no Brasil, porque a edição é muito rara, caríssima, na época o (empresário e bibliófilo José) Mindlin tinha. A gente editou a versão completa com mais dois volumes de apoio e eu fiquei fascinado com ele. Quer dizer, já era fascinado antes com essa figura, então eu vou dar uma atençãozinha no curso. Porque é o nosso primeiro jornalista – o governo Lula, meses atrás, o considerou herói nacional, ele e o padre Anchieta. Vou tratar também da imprensa na Independência, porque é um capítulo também pouco cuidado: foi o primeiro fato histórico brasileiro com testemunhos da imprensa. Como não há experiência neste sentido, todo mundo fica em cima da documentação oficial. Que é importante, claro. Mas, quando foi dado o famoso brado (do Ipiranga) retumbante, já tinha cinco jornais que cobriram e não deram nada sobre o brado...


Já li sobre isso. As menções ao episódio do Grito do Ipiranga só vão aparecer anos depois.

Fiz um programa sobre isso. Chamamos de historiadores e tal, e ficou comprovado – por eles, não por mim – que o Gritos do Ipiranga é uma invenção, é marketing, tipicamente marketing de (José) Bonifácio. Porque não aconteceu, o grande fato foi 12 de outubro, quando o imperador foi coroado.

Não se recorreu à imprensa para perceber esta mistificação?

É, mas não foi uma mistificação intencional, não.

Foi construída ao longo do tempo...

Exatamente. E acabou colando. Mas é que, passados tantos anos, ninguém consultou os registros da imprensa da época. Por falta de hábito. A imprensa estava muito engajada na independência e ela acompanhou tudo, só que nenhum dos grandes jornais que existiam na época falou do Grito do Ipiranga. Mencionou até a viagem de D. Pedro I a São Paulo. Ele veio em missão política para conseguir o apoio das, digamos, elites paulistas para a emancipação, disso não há dúvida. Mas o Grito... O rompimento com o pai se deu em agosto ainda, as cartas são conhecidas. E a imprensa da época noticiou isso. Então, é muito interessante isto. É a primeira grande cobertura política da imprensa brasileira e os historiadores comeram mosca, porque não estavam acostumados a consultar os jornais, só ultimamente há algumas historiadoras acompanhando isso...

Durante um bom tempo a comemoração da Independência ficou marcada pelo Dia do Fico ou o da coroação.

Mas é a Independência, 7 de setembro, que tomou, digamos, uma ressonância maior. O Dia do Fico é muito antes. A coroação é que foi realmente o fato programado para mostrar o Brasil independente.

De qualquer forma, a ignorância sobre a história do jornalismo no Brasil é grande...


É por isso que resolvi mergulhar nisso. Quando eu tive que sair do Brasil – em 1976 eu saí do Jornal do Brasil e não tinha emprego – recebi um convite para ser professor visitante em Columbia. Tinha umas conferências, essas coisas. Falei: “Vou estudar a história da imprensa brasileira”. Eu conhecia por alto e levei alguns livros, e outros tinham na biblioteca deles, formidável, em português inclusive. É impossível ser um bom jornalista sem conhecer a sua profissão, saber de onde você vem e para onde você vai. 

Já que falou em para onde o jornalismo vai, você disse que tem uma parte do curso sobre perspectivas. O que pretende abordar?

São essas transformações tecnológicas e sociológicas da sociedade. O jornalista passa a ter funções mais marcantes na sociedade e aqui, na tentativa de motivar, porque os alunos todos ocupam posições de comando nas redações, quero motivá-los. Apesar de aquela besta do Gilmar Mendes dizer que jornalista é como chefe de cozinha, essa é uma profissão muito importante, chave. Basta ver o número de jornalistas assassinados na Rússia, por exemplo, são as únicas pessoas que ousam enfrentar o arbítrio do Vladimir Putin. Por coincidência são mulheres jornalistas, são repórteres, que vão lá, contam a história toda e são mortas. Então o jornalismo tem um papel e ele é cada vez mais importante. Não é só ficar fazendo twitter, mas fazendo trabalho de investigação, gastando sola de sapato.

Qual é a sua formação?


Nenhuma. Fiz o científico e parei. Nunca mais. Mas quando completei dez anos de profissão e já estava no JB há um ano, fui convidado por acaso pela PUC-Rio, que era a segunda escola de Jornalismo do Rio de Janeiro. A PUC estava montando o curso e perguntaram se eu não podia dar uma cadeira. Aí eu inventei uma cadeira que colou, fiquei lá nove, dez anos nessa cadeira, que era Jornalismo Comparado. Como eu tinha tido uma experiência variada, tinha trabalhado em vespertino, no matutino – naquela época existiam diferenças entre jornalismo matutino e vespertino –, em revista, então eu fiz essa cadeira. Foi muito bom. Pagava uma miséria, mas eu achava que tinha que sistematizar o meu conhecimento da experiência e foi muito importante. Tenho as anotações que fiz, para a época são muito boas.

Mas hoje, essa questão de como formar o jornalista: depois da queda do diploma, você teve cursos bons como o da Facamp, do (economista Luiz Gonzaga) Belluzzo e do João Manuel (Cardoso de Mello, também economista) fechando e na contra mão a ESPM lançando um curso de graduação e outro de pós. Como fica essa questão do modelo? Tem lugar para quem faz os quatro anos de Jornalismo e tem um lugar para quem cursou Economia e depois fez uma pós em Jornalismo?

Acho que tem, essa visão geral quem pode dar muito melhor é o Eugênio Bucci (diretor da pós da ESPM), que desenhou todo o currículo. O que acho importante destacar, não sei se ele falou pra você, é que a Abril é uma “learning organisation”, uma organização de aprendizado, está sempre provocando o aprendizado para, com isso, crescer. Quando cheguei lá eles só tinham apenas a experiência da Veja. Antes de lançar a Veja eles fizeram um curso e escolheram os melhores. Isso foi em 1968, eu cheguei lá em 1982. O Roberto (Civita) me deu algumas tarefas, e uma delas era organizar um curso anual, que continua até hoje. Fiz durante oito anos. Todo fim de ano os melhores alunos das escolas de Jornalismo são escolhidos pela Abril e fazem um curso – na época era teórico mesmo, agora eles estão fazendo um pouco mais prático, muito voltado para revista. Passavam por lá grandes jornalistas que estavam começando e os que se destacavam eram indicados para estágio. Veja escolhia, tinha prioridade, escolhia um ou dois, depois vinha a Exame. Cada uma pegava seu estagiário. Muitos fizeram carreira e se transformaram em grandes jornalistas. Foi uma experiência boa, e simultaneamente fizemos um negócio, a Abril com a Gazeta Mercantil – que naquela época estava na sua fase de ouro. Fizemos um curso para professores de Jornalismo, conseguimos recursos do governo, do Ministério da Educação que permitiram pagar passagens e hospedagens, e trouxemos gente do Acre ao Chuí, professores de toda parte do Brasil.

O curso é voltado para o jornalista entre 35 e 40 anos, que já está num cargo de chefia, sendo preparado para assumir tarefas maiores. O que você acha que falta para esse sujeito, o que você diria para quem que está nessa etapa da carreira? Outra questão é como você vê o estágio do jornalismo brasileiro numa comparação internacional em termos de qualidade. Eu sei que é uma pergunta bem ampla...

Essa é pra me derrubar. Bom a primeira parte é fácil responder pelo seguinte: o jornalista de hoje sai da escola e faz um curso. O da Abril proliferou, a Folha passou a fazer, o Estadão fez, O Globo, todo mundo faz. Mas, mesmo assim, são coisas muito segmentadas. O bom do curso da ESPM é que ele tenta dar uma visão mais ampla, de situar no mundo. Então tem noções de economia, organização empresarial. Essa coisa de escolher a história da imprensa achei extremamente louvável, porque situa o trabalho num contexto maior. Não só são fechadores de páginas, não, é uma função social da impressa que vem de alguns séculos. Esse background não é oferecido. E o próprio jornalista não tem tempo, está ali no corre-corre, fechando, fechando, chega férias ele vai viajar e não quer nem saber. Depois volta e vai ficando pra traz, lê de vez em quando, mal lê o seu próprio jornal – ou quando lê é só pra ver erros –, mas não tem uma visão, uma reflexão sobre a sua profissão e seu papel dentro da sociedade. O jornalismo está em evolução. O texto está mudando. O lead já foi uma coisa, hoje não é. Agora tem o chamado jornalismo literário, que é, realmente é uma ponte entre jornalismo e literatura. Então tem um processo evolutivo que a academia não faz, porque virou uma indústria de diploma. Então o curso é uma coisa extremamente positiva. Espero que o projeto continue e possa desenvolver outros cursos. 

A ideia do Roberto Civita é a de criar não um curso, mas um núcleo. Numa segunda etapa ele admite abrir um curso preparatório, voltado, por exemplo, para passar fundamentos a médicos, engenheiros e economistas que querem migrar para o jornalismo, ou ter uma atividade jornalística paralela.


Bom, e quanto à segunda pergunta, sobre a qualidade da nossa imprensa na comparação internacional. É o seguinte: há um processo de desqualificação da vida em geral, da cultura em geral. Você pega uma música erudita que se fazia no século 19 e no 20 e a que se faz hoje, há uma diferença. No jornalismo também se nota, e as vezes no próprio jornal. Você pega um New York Times, pega o dias de hoje e o de 30 anos atrás. Você vê que era um jornal mais denso, mais amplo no seu escopo, na sua pauta. Então esse processo é inevitável. Alguns jornais lutam para não se desqualificar. Acompanho, não todo dia, mas quatro vezes por semana – porque a grana não dá, é muito caro o El País. Vejo que é um jornal que se esforça. Também comete lá seus deslizes, suas simplificações. Mas é um jornal que dá ao seu leitor, e portanto ao seu jornalista, a oportunidade de abrir a cabeça e se situar no mundo, olhar melhor as coisas. É uma exceção, como é o jornalismo alemão. São grandes jornais que apostam em densidade, não dão colher de chá, não simplificam.

Achei interessante o livro de Mathias Molina (ex-diretor da Gazeta Mercantil) que pega os grandes jornais. Os jornais de língua alemã, por exemplo, fazem pouquísimas concessões.
É porque eles levam a sério. Não é à toa que a Alemanha é hoje o país que é. Fico fascinado. Custei muito a ir à Alemanha por razões obvias (judeu, Dines já estudou a Inquisição). Mas quando eu fui, falei: “Pô, isso aqui voltou ao tempo de Goethe, é impressionante como o país está imerso em cultura.”

Quando você fala de entender o papel do jornalista na sociedade, acho que no jornalismo impresso, principalmente, muitas vezes a gente perde de vista essa perspectiva, esse processo de influenciar a formação de opinião. Porque na televisão me parece meio claro, ninguém tem muita dúvida em relação a isso, é uma coisa tão direta e abrangente. O profissional do impresso parece não saber bem o que está fazendo ali, para quem está falando. Acho que é uma coisa que, por exemplo, me faria trabalhar melhor, pensar como se dá a formação de opinião pública. Os jornalistas não leem editoriais.

Não leem editorial, não leem os artigos maiores, dão uma olhada na página que tiveram de fechar ou nos títulos e chamada, e subtítulos de destaque, feitos para o jornal ficar mais bonito. Porque o jornalista, hoje em dia, é jornalista e ao mesmo tempo público. Quer dizer, ele sofre duas vezes, ele sofre como metalúrgico, ali no torno, ferramenteiro. E sofre também como usuário. Então é um círculo vicioso que leva para baixo, não há estímulos para dizer: “Você é um intelectual, você é um agente cultural, é um descendente direto do Samuel Johnson, do Hipólito da Costa ou sei lá de quem.” Isso ninguém diz, está faltando. Não sonhava ser jornalista. Virei jornalista por um certo acaso, mas, a partir do momento em que eu descobri o que tinha na profissão, falei é por aí que eu vou, e é isso que eu acho que falta fazer. A profissão tem um papel importantíssimo na sociedade, justamente por causa dessa sociedade globalizada, fragmentada, em que o jornalista tem que costurar e oferecer no dia seguinte – ou 12 horas depois ou 2 horas depois – uma coisa acabada para que as pessoas sintam que fazem parte da vida. Porque a fragmentação da internet não oferece nada, o sujeito se agarra a uma frase, não se agarra ao fato mais ou menos fechado, não é? Essa função do jornalista ela é melhor explicitada pela palavra em espanhol, que é periodismo. É uma coisa periódica, isso é a característica de nossa função. A gente não escreve livros que só podem sair depois de um ou dois anos. Então tem princípio, meio e fim, o nosso ciclo, o nosso relógio. A gente tem obrigação de fechar o dia e ao fazer isso tem que amarrar, fazer o leitor dizer “Ah, entendi, em tal período aconteceu isso, é coisa da maior importância. Sobretudo porque cada vez mais você tem informação e a informação precisa ser amarrada. Senão elas ficam circulando por aí, soltas e malucas, e sendo deterioradas, pelo mau uso e porque entra gente que distorce. Põe duas mentiras, e não sei o quê. É uma função social, sabe, é uma âncora mesmo da vida intelectual. Assim vejo o jornalismo hoje.







sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

pRINCÍPIOS iNCONSTANTES

III SEMINÁRIO INTERNACIONAL RUMOS JORNALISMO CULTURAL



Em 2010, o Seminário Internacional Rumos Jornalismo Cultural vai colocar na pauta de seu debate a prática do jornalismo frente às importantes transformações culturais vindas das tecnologias digitais. Isso porque é tarefa urgente considerar e valorizar as especificidades do jornalismo cultural e seu poder de atuação na sociedade. Reconhecer que a cultura ocupa, atualmente, um lugar estratégico no cotidiano das pessoas amplia as potencialidades críticas do jornalismo cultural, que assim pode ser exercido como elo nas diversas esferas sociais, inclusive na política.

Entre os assuntos do debate, estarão a maneira como se tem acesso à cultura hoje em dia, as novas percepções que emergem dos ambientes digitais e as novas fronteiras que se configuram. O evento, que tem curadoria da jornalista Rachel Bertol, vai abordar ainda a prática profissional, seja diante dos desafios impostos pelas tecnologias ou no resgate dos seus fundamentos em meio à renovação necessária. Convidados nacionais e internacionais estarão presentes nas mesas.

Confira a programação:

quarta 8/10

17h30 O Valor da Crítica
com Luís Antônio Giron (Revista Época), Fabio Malini (Ufes) e Stuart Stubbs (Loud and Quiet). Mediação de Jeder Janotti (Ufal).

Com a profusão de informações e um ambiente de produção artística intensa, como se processa a crítica? A mesa de abertura do seminário coloca em questão a crise da crítica, os novos sentidos e os mecanismos e processos de validação na mídia tradicional e nos meios digitais.


19h30 A Cultura de Ícones - Interações
com Juan Freire (Universidade de La Coruña, Espanha) e Mia Consalvo (Massachusetts Institute of Technology, Estados Unidos). Mediação de Rachel Bertol (jornalista e curadora do evento).

Ícone, palavra que no século XX era usada no contexto de "artista referência", hoje é interpretada, também, sob as novas formas de veicular informação e conteúdos na internet. Da era dos "grandes ícones" culturais e intelectuais, passou-se à era dos "ícones de tela" de computador. Estariam os artistas e intelectuais perdendo espaço no imaginário das pessoas para ícones instantâneos do Twitter, do Facebook e do Youtube?


quinta 9/12


17h30 O Editor e as Possíveis Narrativas
com Alex Needham (jornal britânico The Guardian), Jan Fjeld (Showbiz do UOL) e  Marcelo Costa (Scream & Yell). Mediação de Fernanda Cerávolo (curadora do MediaOn).

Diante das mídias digitais, editar ganha outros sentidos, inclusive na maneira de "diagramar" uma página de web, com ferramentas de design virtual. Quais os novos requisitos exigidos dos profissionais, especialmente editores, em tempos de narrativas fragmentadas? A mesa discute esse impacto no jornalismo cultural e as novas relações com o público.


19h30 Audiência: Renovar para Preservar
com Blake Eskin (The New Yorker, Estados Unidos), Marcos Strecker (Folha de S.Paulo) e Pablo Miyazawa (Rolling Stone Brasil). Mediação de Cassiano Elek Machado (CosacNaify).

Como manter vivos os princípios do bom jornalismo cultural num momento em que entretenimento e jornalismo muitas vezes se confundem? Audiência: Renovar para Preservar propõe a reflexão sobre alternativas de como preservar leitores e audiência na era da competição predatória e da emergência de novas mídias e linguagens.


sexta 10/12


17h30 Criatividade e Narrativas - Fundamentos
com Humberto Werneck (jornalista e escritor), Cao Guimarães (cineasta) e José Castello (jornalista e escritor). Mediação de Claudiney Ferreira (Itaú Cultural).

Na área cultural, os repórteres lidam, por meio de suas fontes, com a criação e o intelecto. A criatividade e o domínio de narrativas são instrumentos importantes do profissional desta área. Assim, resta a reflexão: o repórter de cultura, hoje em dia, corre especial risco de se anular diante da agenda da indústria cultural?


19h30 A cultura de Ícones II - Percepções
com João Carlos Salles (UFBA) e Kenneth Goldsmith (UbuWeb, Estados Unidos). Mediação de Giselle Beiguelman (PUC/SP).

Como as transformações podem impactar o diálogo do jornalismo cultural com o público, uma vez que não é só o jornalista que produz e veicula informações? A atividade de encerramento do seminário discute o papel do jornalismo cultural frente às novas e muitas maneiras encontradas pelo público para acessar e produzir bens culturais.

Fonte: www.itaucultural.org.br

terça-feira, 23 de novembro de 2010

LUGAR COMUM

Por Mauro Souza


As vezes esqueço que o meu Lugar Comum é fora do Comum, e tudo isso porque estou fora de Sintonia, referente ao o que se chama Amor.

Tudo bem que no momento: estou fugindo de uma triste realidade, que acaba causando uma comoção generalizada até na hora que eu pretendo dormir o mais desejado dos sonos... no momento onde eu pretendo fazer uma retrospectiva, no que se chama Amor Fora do Comum .

No momento eu realmente não sei, se desejo uma Deusa Morena... que já me fez perder o sono algumas vezes e que me faz passar por um constante mal humor no dia seguinte: só sei que apesar dela ser demais, tem algo em seu passado recente que me incomoda e no caso não é o chamado Lugar Fora do Comum que me surpreende por um excesso fora de controle: na minha louca tentativa de evitar esse Sentimento onde não pretendo dar oportunidade para o meu Coração ser feliz .

As vezes esqueço, que o meu Lugar Fora do Comum é uma realidade a parte: uma realidade onde eu consigo manter os meus pensamento em ordem referente a tudo o que eu penso, sinto e reflito sobre a Desconstrução do Amor Verdadeiro e toda a sua utopia que gira ao seu redor.

Sendo assim, esse é o meu Lugar Comum, acima de tudo... confuso, verdadeiro e realista na medida do possível.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

BREVE ENTREVISTA COM SKATISTA DA ZONA SUL DE SP

Por Silvana Freitas
 

Felipe Almeida Sartorelli é skatista desde os 11 anos de idade, hoje com 18, usa a Praça do Trabalhador, localizada na Avenida Teotônio Vilela, como sua pista de treino.


Silvana F. - Qual sua opinião sobre o desenvolvimento do skate no Brasil?
Felipe - O esporte infelizmente ainda não é bem sucedido no país, as pessoas só enxergam como perigoso. Muitas vezes acham que quem está “tirando uma onda” com seu skate é vagabundo, mas isso não é verdade, todos nós ou a grande maioria, trabalhamos em empregos fixos, enquanto o sonho de ser um profissional reconhecido não se torne realidade.


Silvana F. - Você tem patrocinador ou alguém que lhe apoia?
Felipe - Ainda não tenho, mas participo de um projeto na Escola Estadual Jorge Saraiva pelo ProJovem – Programa Nacional de Inclusão de Jovens – e com certeza vou conseguir um patrocinador. As outras pessoas que me dão apoio são meus pais: a única coisa que eles me pedem é andar (de skate) com consciência e evitar lugares perigosos para não acontecer comigo o que aconteceu com o Rafael Mascarenhas – filho da atriz Cissa Guimarães, atropelado em julho deste ano quando andava de skate em um túnel no Rio de Janeiro –, que por sinal, fazia belas manobras.


Silvana F. - Você acredita que os skatistas tem o mercado fechado para crescer no esporte?
Felipe - Acredito que sim, a própria mídia não dá um apoio para os skatistas como dá para um jogador de futebol.


Silvana F. - Então, o que deveria ser feito para mudar essa visão dos patrocinadores e da mídia?
Felipe - Tanto patrocinadores como a mídia deveriam dar mais oportunidades para que nós pudéssemos mostrar nosso trabalho e provar que também somos capazes de colocar o skate como um esporte de alta aceitação, assim como outro qualquer.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO

Por Alexandre Araújo

APESAR DO CESCIMENTO, HOMENS AINDA DOMINAM OS CARGOS DE GERÊNCIA


Mesmo nos dias de hoje, em pleno século 21, as mulheres ainda não conquistaram o mesmo espaço que os homens no mercado de trabalho.
Nos Estados Unidos, por exemplo, apenas 1% das cadeiras de CEO (pessoa com mais alta responsabilidade ou autoridade em uma organização) são ocupadas por mulheres. Já no Brasil elas representam 42,6% de todo contingente profissional e têm uma média salarial menor que a dos homens.

Um levantamento realizado pela professora da Universidade de Brasília (UnB), Gardenia Aguiar, em uma grande instituição financeira brasileira, mostrou que das 30 gerências presentes no local da pesquisa, somente três eram ocupadas por mulheres. Nos cargos técnicos até levam vantagem e estão nas melhores posições, porém, quando os critérios são subjetivos, como na escolha para cargos de gerência, os homens acabam sendo mais escolhidos.

Mas essa realidade está mudando. Encontrar muheres trabalhando em altos cargos nas empresas é cada vez mais comum porque o novo perfil que as empresas buscam no momento de contratar novos colaboradores, normalmente é ligado a qualificação e capacidade de exercer bem as funções.
“Procuramos pessoas que sejam inteligentes, gostem de trabalhar em equipe, lidar com inovações e que estejam abertas a mudanças, pois, o papel de cada um pode mudar diariamente”, afirma Alcione Araújo, analista de sistemas e responsável por contratações no departamento da empresa multinacional em que trabalha.

Muitas mulheres optam por abrir o próprio negócio e dessa forma, o trabalho informal entre elas cresce e já soma hoje 51,2%, segundo dados do IBGE.
De acordo com Alcione, “o preconceito, muitas vezes, está dentro das próprias pessoas e não dentro das empresas. Qualquer pessoa que fazer o seu melhor será reconhecida na hora certa, sendo homem ou mulher”.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O QUE ME FEZ CURSAR JORNALISMO

Por Kelly Regina, do blog www.kellynasentrelinhas.blogspot.com


O que me fez cursar Jornalismo? Não sei até hoje. Mas sei, que quando chegou o momento do vestibular, tive um surto de nostalgia misturada com loucura. Na mesma época estava com um pé na faculdade de música. Ela sempre me fascinou, mas de qualquer forma, hoje estaria percorrendo os corredores da Faculdade de Artes e Comunicação da Universidade de Passo Fundo (UPF).

Com o tempo, fui seduzida pelo cheiro de café forte, pelos laboratórios de fotografia e vídeo, e que mal convém falar, pelas pessoas de diferentes estilos que se instalavam naquelas escadarias cheias de história para contar.

Hoje, ainda tento descobrir o que me motivou a tomar esta decisão. A verdade é que tive um surto de homem aranha. Quem a essa altura do campeonato, se arriscaria, passar domingos e feriados cobrindo acidentes de trânsito, madrugando na redação? Existe duas versões: a versão do jornalista que ama sua profissão ama café, é um alcoólatra consolidado. E sua vida é a rua, a redação do jornal, o bar e a máquina fotográfica. A outra versão, não deve ser comentada porquê é aquela mais realista. E como todo jornalista, a realidade não é a melhor aliada nesta hora.

Certa leitura que fiz uma vez, me relembra claramente da trágica idéia de um escritor sobre o jornalista. Segundo ele, não terás vida pessoal, familiar ou sentimental, nem feriados e fins de semana. Sem contar que ganhará muito pouco, não terás promoção, nem perspectiva de melhoria. Terás pesadelos com horários de fechamento, palavras escritas erradas, e olheiras e mau humor serão teu troféu de guerra.
Aí está a diferença entre as rotinas na FAC e a futura rotina de trabalho. A verdade é que a crença que se criou em torno do jornalismo, perdurou. Se fosse tudo isso mesmo, não existiria atuantes nessa área, existiria apenas internet e fofoqueiros de plantão, isto bastaria para mover as informações na sociedade. O que se faz com amor, não se desfaz com esta lenda. Tudo que aqueles corredores fizeram foi fortalecer meu desejo de escrever. Escrever sobre o mundo, sobre as mentiras que sustentam a humanidade.

Quando era mais nova, sentia necessidade apenas, de saber como fazer amizades e mante-las, como sustentar ideias sem me contradizer. Inocente queria saber como fazer para ter certezas, precisava urgentemente que me dissessem o que fazer com a parte de mim inaceitável pelo mundo.
Hoje, sem garras, ou teia, tenho o dever de enfrentar a rotina jornalística, e levar a sério, levando em consideração a ética e as diferentes formas de pensar; o que não são conquistadas entre aquelas paredes cheias de humor da faculdade. E mesmo assim a “lenda”, do velho escritor continua afirmando: “E mesmo assim, depois de tudo,haverá uma legião de focas querendo ocupar o seu lugar”.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

VIRADA CRIATIVA

Por Jesus Carlo


UNIVERSIDADE ESTÁCIO ENCERRA SEMANA DE COMUNICAÇÃO COM EVENTO NA MADRUGADA


Os alunos de comunicação da Estácio em São Paulo, passaram por uma experiência inusitada na noite de 22 de outubro até a manhã seguinte na unidade Jabaquara. Eles participaram da elaboração de um projeto de comunicação visual onde seria desenvolvido um livreto institucional para criação de campanha de divulgação. O cliente foi a Ação Social Nossa Senhora de Fátima de Santo Amaro, que presta serviços filantrópicos voltados à profissionalização de jovens. A campanha objetivou a captação de parceiros que destinassem recursos à instituição.

Antes do evento os alunos assistiram ao último dia da Semana Estácio de Comunicação (SESCOM), depois, até meia noite, foram trazidos comes e bebes, momento em que os docentes e discentes interagiram de forma descontraída num clima de animosidade e brincadeiras.

Com a presença de estudantes dos diversos campus, foram formados alguns grupos para que interagissem na simulação de uma agência de propaganda, vivenciando uma experiência profissional.

A partir da meia noite tiveram uma reunião de pauta com explicações e distribuição de dados da entidade. Alguns professores falaram assuntos pertinentes ao tema dando início às atividades, em seguida foram mostrados vídeos que apresentavam trabalhos elaborados por algumas agências de propaganda e marketing para que houvesse familiarização com o afazer. Logo após a entrega dos dados, os universitários foram levados ao laboratório com a editoria de cada grupo composta por: um editor, dois redatores, um diagramador e um pauteiro, mas é claro que durante o desenvolvimento do serviço todos fizeram de tudo um pouco para conclusão da tarefa e puderam contar com a ajuda dos professores para eventuais dúvidas.

O deadline foi alcançado pelos grupos, em seguida foi servido um café reforçado e posteriormente houve um breve teste dos trabalhos a serem apresentados.